O que é insuficiência renal crônica?
A insuficiência renal crônica, também chamada de doença renal crônica (DRC), é uma doença caracterizada pela perda lenta e continuada da função dos rins, fato que provoca, entre outras alterações, o progressivo acúmulo de toxinas e lixos metabólicos no sangue.
Causas
Diversas doenças podem atacar os rins e levar a perda permanente da sua função. Em geral, a DRC surge quando o rim sofre agressões contínuas e prolongadas, como nos casos de pacientes com diabetes ou hipertensão arterial mal controlada.
As doenças que mais frequentemente levam a insuficiência renal crônica são: Hipertensão arterial, Diabetes mellitus, Doença policística renal, Glomerulonefrites, Infecções urinárias de repetição, cálculos renais de repetição, Mieloma múltiplo, Lúpus e outras doenças auto-imunes, Uso abusivo de anti-inflamatórios, Gota.
Se você tem qualquer uma das doenças acima, é imprescindível que faça um acompanhamento regular da sua função renal. Ao menos, anualmente, deve-se dosar a creatina, a ureia e realizar um exame simples de urina.
Sintomas de insuficiência renal crônica
Como a instalação da insuficiência renal crônica costuma ocorrer de forma lenta, o nosso organismo tem tempo para ir se adaptando a este mau funcionamento dos rins, fazendo com que não tenhamos sinais ou sintomas até fases bem tardias da doença. A principal característica da IRC é ser uma doença silenciosa.
Muitas pessoas acham que podem identificar um rim doente pela dor ou pela diminuição do volume de urina. Nada mais falso. O rim apresenta pouca inervação para dor por isso só dói quando está inflamado ou dilatado. Como na maioria dos casos de insuficiência renal crônica nem um nem outro ocorrem, o paciente pode muito bem descobrir que precisa de diálise sem nem sequer ter sentido uma única dor renal na vida.
O volume de urina também não é um bom indicador da saúde dos rins. Ao contrário da lesão renal aguda (LRA), na qual a redução da produção de urina é um fator quase sempre presente, na insuficiência renal crônica, como a perda de função é lenta, o rim adapta-se bem, e a capacidade de eliminar água mantém-se estável até fases bem avançadas da doença. Portanto, na maioria dos casos, até fases bem avançadas da doença, a insuficiência renal crônica não causa nenhum sintoma ou sinal.
Os pacientes com DRC em fases avançadas podem apresentar anemia e agravamento dos valores da pressão arterial e edemas dos membros inferiores. Quando o rim entra em fase terminal, os sintomas que surgem são cansaços aos esforços, náuseas e vômitos, perda de apetite, emagrecimento, falta de ar, hálito forte (com cheiro de urina) e edemas generalizados.
Diagnóstico de Insuficiência renal crônica
Como não há sintomas até fases avançadas da doença, a insuficiência renal crônica só pode ser detectada precocemente através de análises laboratoriais.
O exame utilizado para tal fim é a dosagem sanguínea da ureia e da creatinina. Quando os rins começam a perder função, seus valores sanguíneos se elevam.
Exames de urina também são úteis, pois, é muito comum pacientes apresentarem perdas de proteínas ou sangramento na urina.
Tratamento de Insuficiência renal crônica.
Geralmente, o objetivo do tratamento da DRC é impedir o avanço da doença ou, na pior das hipóteses, desacelerar a taxa de perda da função renal.
É essencial o controle da pressão arterial. Nos pacientes com diabetes, o controle da glicose também é muito importante. Nos pacientes com proteinúria (perdas de proteínas na urina), o seu controle com medicamentos ajuda a preservar a função dos rins. O paciente com DRC devem evitar drogas nefrotóxicas, como anti-inflamatórios e alguns antibióticos, principalmente os da classe dos aminoglicosídeos.
Finalmente, quando o rim já não mais funciona, o tratamento indicado é a hemodiálise, a diálise peritoneal ou o transplante renal.
Prevenção
Melhorar hábitos de vida. Não fume, beba álcool com moderação, evite uso de anti-inflamatórios, mantenha um peso saudável e pratique exercícios físicos regularmente, alimenta-se com pouco sal e açúcar. Mantenha a pressão, a glicose e o colesterol controlados. Quando já existe a insuficiência renal, deve-se também avaliar a quantidade de líquido a ser ingerido e uma dieta com pouca quantidade de proteína (principalmente carnes) e sempre acompanhar com o nefrogista.
Se você tem doenças ou condições que aumentam o risco de doença renal, converse com um especialista sobre a melhor forma de controla-los.
Michel Silvestre Zouain Assbu – médico nefrogista CRM 520
Maria Elisa de Mendonça Assbu – médico nefrogista CRM 12673